O jogo é um dos domínios da realidade. Se você não conhece os domínios ainda, saiba mais aqui.
O jogo é uma alegoria para entendermos a realidade.
O domínio do jogo refere-se a tudo o que não se pretende perfeito, completo, correto, indubitável.
O jogo da realidade não é um jogo comum, desses com começo, meio e fim, no qual definimos regras objetivas que o delimitam. Trata-se do jogo infinito, um super jogo que inclui e integra todos os outros jogos, desde a mais livre brincadeira (o jogo inocente) ao mais elaborado jogo com infindáveis regras contraditórias e especiais, como as do jogo político, jogos de guerra, o jogo da sedução, os jogos da linguagem (Wittgenstein) etc.
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As regras do jogo.
O jogo da realidade tem apenas cinco regras, que são os seus fundamentos:
- Tudo existe;
- Tudo muda;
- Tudo tem autonomia;
- Tudo está conectado;
- Tudo são forças e contraforças;
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Não dá para não jogar.
O jogo da realidade é o que jogamos desde que nascemos, ao vivermos neste mundo, do primeiro ao último suspiro, ininterruptamente.
Mesmo assim, podemos treinar para ele, desenvolvendo nossas habilidades para viver melhor. Neste treino, que é o objetivo da Escola da Realidade, recuamos um passo atrás de nossas ideias prontas, hábitos e certezas, para entender melhor o jogo e se preparar ao máximo para jogá-lo, pois trata-se de um jogo dificílimo.
Os aspectos, o terceiro domínio da realidade, são as peças desse jogo.
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Nada neste domínio é a pura verdade,
mas a verdade mais pura
é que não há pura verdade.
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Uma mesma ideia contada de formas diferentes.
Platão explicou o que percebemos como realidade por meio da alegoria da caverna, na qual estaríamos presos e vendo as sombras de um mundo real, distante, e de certa forma inatingível.
Buda revela a ilusão de Maya, que envolve a todos numa falsa percepção da realidade como ela é. Nessa ilusão de medos e desejos vivemos desconectados da realidade final, estamos no jogo das ilusões.
Ou o jogo pode ser simplesmente casual como o rodar de uma roleta, como o caos atomista - filho do cientificismo - advoga: "... all we are is dust in the Wind …".
No filme Matrix, as irmãs Wachowisky tiveram a visão de uma humanidade que vive num mundo simulado nos cérebros de cada pessoa, como um programa de computador que faz essas ilusões parecerem reais, enquanto a pessoa dorme.
Ray Dalio, por exemplo, explica a realidade econômica com a alegoria do funcionamento de uma máquina.
Você ganha quando se satisfazem as necessidades humanas e tal satisfação leva à autorrealização. E perde quando os problemas impedem essa satisfação.
Você perde quando erra na ponderação que faz da própria análise. Quanto santifica alguns aspectos da realidade e interrompe a medição do estado atual das coisas e as congela como estavam num certo momento.
Você perde quando não percebe que tudo, no mundo, está conectado (de alguma forma, dentre as muitas possíveis).
Você perde quando nega a inclusão de aspectos novos que surgem em sua vida, e quando não aceita que o mundo como os outros vêem tem tanta legitimidade para existir como sua própria visão. Mesmo nas vezes em que as diferenças entre a visão "correta" e a "errada" são previsíveis, estáveis, mensuráveis e consensuais.
Crédito da imagem: Steve Johnson: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pintura-abstrata-multicolorida-1266808/
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