Inclusão e Exclusão



A cada momento inspiramos e expiramos,

incluímos e excluímos, 

a vida avança e recua.


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A análise desse aspecto inicia-se na página dos Enfoques


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Ficha do aspecto.

Nome: Inclusão-exclusão, exclusão, inclusão.

Número: 25

Sigla: inex, xclu, iclu

Este post trata conjuntamente da inclusão e da exclusão - inex (aspecto n 25). Mas poderemos tratar em posts próprios tanto da inclusão - iclu (aspecto n 25), quanto da exclusão - xclu (aspecto n 25).


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Explicação do que não é

A inclusão de que tratamos é uma categoria, aspecto, geral, de múltiplas facetas, e graus, cujos desdobramentos são os mais variados, tais como a inclusão/exclusão social, econômica, cultural, política, étnica, moral, circunstancial e assim por diante. O aspecto geral compreende as características gerais dos desdobramentos mas não se limita a nenhum desses derivativos e suas especificidades.


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Explicação do que é.

A inclusão e a exclusão são operações básicas que criam e recriam nosso mundo, e que se apresentam como dualidades constitutivas da realidade como ela é, estando presentes em suas propriedades - realidade concreta, abstrata, pessoal, etc. - e em outros aspectos.


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Métodos relacionados. 

A obra Rápido e devagar de Daniel Kahneman de certa forma lida com categorias consequentes da inclusão e da exclusão, visto que o primeiro processo acumula informarções e leva a um raciocínio devagar e o segundo recorta as essenciais e leva a um processo de raciocínio rápido, cada qual com a sua especialidade, vantagens e desvantagens. 


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Aspectos relacionados. 

Inclusão e exclusão são umbilicalmente ligadas ao fundamento do pertencimento (que é gerado pela inclusão) e da autonomia (que é gerada pela exclusão). Há também relação com o todo (maior), fruto da inclusão, e com a parte (menor), fruto da exclusão.


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inclusão e a exclusão no jogo e na invenção da realidade

Os jogos que conhecemos, jogos finitos, de tabuleiro, competições esportivas etc. são bem rígidos da definição do que pode ser incluído em cada jogo e na definição das regras que, se violadas, geram exclusão do jogo.

O jogo da realidade, jogo infinito, contudo, não tem regras e limites desse tipo. Dele participam todas as forças do universo, todas as pessoas (queiram ou não) e todos os subjogos - sejam os referidos acima, sejam os subtipos como o jogo político, e jogo social etc. - estão nele contidos e a ele se integram.


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Interações da inclusão e da exclusão com os demais aspectos da realidade


Interações 1 - A escala progressiva da inclusão e da exclusão.

A escala é um subaspecto das abordagens que ordena aspectos diversos partindo de graus menores e indo até os graus maiores. Esses graus também podem ser considerados termos análogos ao aspecto ao qual se referem. Assim temos:

Termos análogos/graus em ordem crescente de inclusão: aproximação, juntada, maior, mais, adicionar, revelar, acoplar, compartilhamento, composição, síntese, afirmação, integração e criação.

Termos análogos/graus em ordem crescente de exclusão: distinção, análise, afastamento, menor, menos, subtração, separação, oposição, negação, eliminação e destruição. 


Os graus extremos da inclusão (a criação, que faz "surgir do nada") e da exclusão (a destruição, que faz "desaparecer no nada") são os mais misteriosos e nos trazem questões como: de onde veio o que foi criado? como foi criado? ou já existia e foi apenas relevado? e o que foi destruído, para onde foi? mantém uma essência que conserva-se mesmo perdendo a forma original? 



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Interações 2 - Relação com as partes e o todo.

Como vimos acima, uma das facetas da inclusão é exclusão é o resultado que produzem: ao incluirmos algo, temos como resultado um algo maior, que é um todo em relação às partes que o compuseram. Da mesma forma, ao excluirmos algo, temos como resultado algo menor, que é parte em relação ao todo que antes integrava.


Assim, o uso dos termos 'maior' e 'menor' na realidade invocam tanto as partes e o todo (que são menores e maiores em relação a si próprias) como o processo/operação pelo qual se chegou até aquele resultado, ou seja, a inclusão e exclusão. 


O maior é fruto do “mais isso” que inclusão realizada, assim como o menor é fruto do “menos isso” que a exclusão realiza.


Mais e menos realizam a adição de algo computável e não de qualidade diversa. '5 - 2' é um exemplo, '7 - bananas' não é. A inclusão e a exclusão funcionam tanto com quantidades (computáveis) quanto com qualidades (não computáveis), mas o 'mais' e o 'menos' usam-se apenas com aspectos computáveis.


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Interações 3 - Problemas da inclusão e da exclusão.

A inclusão e exclusão, ao se combinarem (se combinar é uma forma de inclusão) com os problemas (que são subaspecto do bem comum) formam, dentre outros, os problemas da inclusão e da exclusão, e, dentre esses, os problemas decorrentes dos excessos da inclusão e da exclusão.




 “Aquele que quebra uma coisa para descobrir o que ela é
 deixou o caminho da sabedoria” 

- JRR Tolkien


"Eu sei que até que parece sério, mas é tudo armação, 
o problema é muita estrela, para pouca constelação" 

- Raul Seixas. 


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A  inclusão, a exclusão e a realidade que é sobre mim.

No domínio que é sobre mim tratamos da relação das nossas questões pessoais com o restante da realidade. O problema típico aqui é que se exclui a dimensão pessoal, singular, de cada um de nós, do debate "objetivo" de compreensão da realidade e de como nela intervir.

A solução para esse problema é a inclusão dos aspectos subjetivos de cada pessoa concreta - eu, você leitor, e os demais - na realidade, porque a exclusão da realidade pessoal - e em especial da nossa realidade pessoal - faz com que atribuamos à realidade concreta e abstrata elementos que são nossos, e que os tratemos como se fosse objetivos, válidos a todos. E se todos fazem isso, temos o caos.


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A inclusão, a exclusão e o fundamento da existência e a realidade concreta.


"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"

- Lavoisier


Essa excelente formulação da realidade vista acima nos ensina que a criação e a destruição - graus extremos da inclusão e da exclusão - que parecem fazer as coisas "surgir do nada" e "desaparecer no nada" são na verdade melhor compreendidas como transformações, com o abandono de formas antigas, adoção de novas formas, e conservação da existência (ou da energia no contexto da realidade concreta do qual Lavoisier trata).


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A inclusão, a exclusão e o fundamento da variação.

Toda inclusão ou exclusão, em qualquer grau que se realize, provoca uma transformação do aspecto incluído/excluído e do seu ambiente (onde ele foi incluído ou de onde ele foi excluído). Mas a variação é mais ampla e não implica necessariamente inclusão ou exclusão.


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A inclusão, a exclusão e o fundamento do pertencimento.

A inclusão cria novas relações e a exclusão destrói velhas relações. A exclusão reduz ou restringe o pertencimento e a inclusão o realiza, expande. É da inclusão que resulta o pertencimento ao todo, da parte que antes mostrava-se ausente ou apartada. Esse é a função mais importante e chega a confundir-lhe com o fundamento do pertencimento, pois este não se realiza sem a inclusão.


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A inclusão, a exclusão e o fundamento da autonomia.

De regra, assim como a inclusão, quanto maior for o seu grau, mais realiza o pertencimento, da mesma forma a exclusão, quanto maior for o seu grau, maior realiza a autonomia. É verdade, contudo, que o pertencimento adequado pode se realizar com graus mais baixos de inclusão, e que graus mais altos de exclusão podem acabar por prejudicar a autonomia em outros aspectos.

E como vimos na autonomia, temos a liberdade negativa e a positiva. A negativa realização com a exclusão, mas a positiva, quando se realiza, é com a inclusão. Assim, a inclusão adequada pode desenvolver a autonomia assim como a exclusão inadequada pode prejudicar a autonomia, embora esses sejam os efeitos primários desses aspectos.


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A inclusão, a exclusão e o fundamento das forças e contraforças.

Como vimos mais acima, o "mais" e o "menos" são versões/graus da inclusão e da exclusão. Pois a dinâmica das forças é de regra movimentada exatamente pelas variações de "mais forças, menos contraforças", "menos forças, menos contraforças", "mais forças, mais contraforças" e assim por diante em complexos movimentos de ação e reação.


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A inclusão, a exclusão e a realidade pessoal.

Na sociedade, o campo maior de realização das realidades interpessoais, há constante movimento e necessidade de se definir quem pertence ou não a certos grupos, quem participa do que, quem acessa os recursos escassos, e assim por diante.

Os grupos buscam e realizam a inclusão de quem age de acordo com seus valores e regras, e buscam e realizam a exclusão de quem os viola. A pena privativa de liberdade (prisão) que tem um limite de tempo, a pena de prisão perpétua, e a pena de morte (as duas últimas vedadas no Brasil), são expressões óbvias e contundentes de exclusão de seres humanos da convivência em sociedade, ou seja, aceitamos a exclusão que reduz a vida de alguns quando cremos que existem valores maiores (como a vida de outros por exemplo) que se preservam por meio dessa exclusão.

E no que diz respeito ao acesso aos recursos existentes na realidade, temos referências (inclusão por necessidade vs por mérito) e modelos variados, concorrentes e complementares de se realizar a inclusão. O capitalismo propõe o acesso por mérito (e todos somos diferentes em certos aspectos), e mede esse pelos recursos de capital privado, dinheiro que cada um possui. 

O socialismo propõe o acesso pela igualdade (e todos somos iguais em certos aspectos), e define o acesso sem medi-lo (basta ser um nacional por exemplo), propondo todavia que as diferentes necessidades de cada um sejam supridas, ou seja, quanto mais necessidades, mais direitos, ao contrário do capitalismo, que propõe (na prática é isso) mais direitos (fala-se em mais recursos, mas dá no mesmo) quanto mais mérito exista.

Em ambos os casos estamos falando da teoria, do que em tese buscam, sendo que as distorções políticas na prática são as mais variadas, como quando um governo se diz de uma ideologia, mas realizar muito mais da outra, e assim por diante.


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A inclusão, a exclusão e a realidade abstrata, e os dois caminhas da imparcialidade da justiça.


O ideal de justiça busca tratar a todos igualmente. Existem pelo menos duas estratégias opostas para se buscar esse resultado

A primeira, tradicional do Direito, é buscar excluir todos os fatores de influência do mundo que possam gerar parcialidade na decisão, vamos chamar essa abordagem de imparcialidade negativa, alcançada pela justiça e pelo juiz ao afastar-se das subjetividades, questões sociais, aspectos contemporâneos da cultura, política etc.

A segunda estratégia de busca da imparcialidade na justiça é - aceitando-se que nunca seremos capazes de excluir todos os fatores influentes (há no mínimo certos fatores e parcialidades nos julgadores que não conseguimos ou conseguiríamos excluir, pois ele não é e não deve ser uma "máquina") - buscar incluir todos os fatores que influenciam o julgamento, sem deixar nenhum relevante de fora, e a partir daí pesá-los adequadamente para alcançar a melhor proporção, justiça, para o caso concreto. 

Denominamos essa estratégia de imparcialidade positiva.


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Outros dois aspectos que fazem parte da inclusão/exclusão e podem ser visto aqui:

- Ampliar e restringir,

- Interprestação inclusiva-exclusiva.



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Aqui você encontra a lista de todos os aspectos da teoria e pode usá-la para navegar por eles.


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Crédito da imagem: <a href="https://pixabay.com/pt/users/geralt-9301/?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=2167843">Gerd Altmann</a> por <a href="https://pixabay.com/pt//?utm_source=link-attribution&amp;utm_medium=referral&amp;utm_campaign=image&amp;utm_content=2167843">Pixabay</a>

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