Existem vários ENFOQUES pelos quais podemos ver e abordar a realidade. Nesta página vamos cuidar de sete destes pares de enfoques.
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"O universo manifestado é dual."
- Lucia Helena Galvão
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Aqui vamos introduzir os 7 Enfoques da teoria. Os enfoques são, como diz o nome, diferentes formas de se conceber e entender a realidade. Eles se apresentam em aspectos complementares que são trabalhados conjuntamente para auxiliar na compreensão e reinvenção da realidade.
Os Enfoques são:
- Referido e Referência,
- O Ser e seus Estados,
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Me chamo Cláudio, tenho 40 anos, e sou um advogado bem-sucedido. Juliana, minha esposa, é uma bela morena de 30 anos, cabelos cumpridos, sorriso dócil, e super carinhosa. Esse ano comprei um Passat 0km, bancos de couro, impressiona por onde passa. Enfim, sou um cara feliz.
Quer dizer, depende. Eu gosto da minha vida sempre que olho para ela, em si. Mas infelizmente, meu vizinho aqui da minha rua no Alphaville, o Richard, torna a minha vida infeliz.
O Richard tem apenas três anos a mais que eu e já é um empresário mega bem sucedido. Multimilionário, a sua casa é a mais bela mansão da região, feita por um famoso arquiteto francês. A Mel, a mulher dele, foi miss, e é um espetáculo, gostosa demais, comportamento de dama na sociedade (e aí eu fico imaginando como o ditado diz que é no privado). Os filhos deles são superdotados, e a menina já é uma influencer famosa que ganha mais dinheiro do que eu.
Cara, quando eu penso no Richard, é triste de ver. Sei que pode parecer exagero, mas acho a minha vida uma bosta, frustrante. Eu ganho muito menos do que gostaria e mereço. A Juliana, a bem da verdade, é meio fria na cama e eu não consigo deixar de pensar em como era gostoso no começo da nossa relação.
[narrador]: Cláudio nos dá um bom exemplo de duas formas diferentes de abordar a realidade, uma, absoluta, focando na coisa em si, a outra, relativa, focando na coisa em comparação, em relação, com outras coisas. O modo absoluto e o relativo de ver as realidades, o mundo, está presente em cada momento de nossas vidas. Eles podem ser bem ou mal utilizados, podem tornar a nossa vida melhor ou pior, a depender de como são compreendidos. E a função desse tópico é compreende-los.
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Para nós, o absoluto e o relativo são perspectivas, dimensões de cada aspecto da realidade. Ou seja, cada situação que analisamos pode ser vista por um, por outro, e idealmente, pelos dois.
A perspectiva absoluta de análise revela-se quando vemos algo em si mesmo. A relativa, quando vemos algo numa relação com outra coisa. No primeiro caso, estamos na dimensão do imanente, do autorreferente. No segundo, estamos na dimensão do transcendente, do heterorreferente.
A perspectiva de julgar algo por si foca em seus elementos internos, intrínsecos. A que julga algo relativamente, em relação, foca nos elementos externos, extrínsecos. Na perspectiva absoluta, cada coisa, cada aspecto é, em si mesmo, o mais importante. Já na perspectiva relativa, os aspectos são relativamente importantes, uns em relação aos outros, conforme a referência adotada, as circunstâncias e assim por diante.
Quando olhamos para uma casa pela perspectiva da imanência, podemos dizer algo como "essa casa é uma casa", o que é óbvio mas é também 100% correto. Já quando olhamos para essa casa pela perspectiva relativa, vamos dizer algo como "essa casa é um lar" ou "essa casa é azul", o que não é necessariamente verdade, porque aqui estamos dizendo que uma coisa é outra coisa, pois um lar é diferente de uma casa, e a cor azul também.
Isso parece ser "viagem" de filósofo, mas para ficar num exemplo simples, acima vocês viram que o Cláudio tá numa enrascada por estar usando a perspectiva errada para julgar o sucesso de sua vida.
E para usar uma metáfora, que já é algo relativo, que transporta um sentido para uma aplicação diferente do seu contexto original, os aspectos na perspectiva do absoluto e relativo podem ser comparados a uma caixa.
Se a caixa está com a tampa fechada, estamos tratando do aspecto em si. E trata-se do aspecto em relação, se a caixa está com a tampa aberta, e podemos ver o que está dentro, e o que está dentro pode ser posto para fora (relações das características internas com aspectos externos), e o que está fora pode ser posto para dentro (relações de aspectos externos com características internas).
Para ver mais sobre esse par de aspectos, vá para o post que trata deles diretamente.
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Referido e Referência
ddd
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Interpretação inclusiva-exclusiva.
Na mesma linha de evitar os males da interpretação exclusiva está a orientação de que, embora tenhamos que levar nossas intuições a sério, isso que não quer dizer que devamos interpreta-las literalmente.
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Muitas coisas existem no mundo, independentemente de serem ou não tangíveis para nós.
A Lua é um exemplo. Nós não só não conseguimos vê-la inteira, mas apenas a face dela voltada para nós, como também, mesmo desta face algumas partes ora são visíveis ora não. A esses estados de visibilidade da Lua para nós damos o nome de lua cheia, lua crescente etc. Essa é um bom exemplo de que a realidade percebida por nós é parcial, vê apenas parte, da realidade maior existente.
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Para ver mais sobre o tangível e intangível , vá para a página dele diretamente.
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O todo é diferente da soma das partes.
Uma visão mecanicista do mundo acredita que o todo não é nada além da soma de suas partes. Mas uma visão da realidade como ela é, que engloba mas não se restringe ao modelo mecanicista, revela que “o todo é diferente da soma das partes”, no mínimo, se por nenhum outro fator, pela função exercida e pela singular ordenação que ele faz de suas partes.
Um exemplo da diferença e coexistência do todo e da soma das partes é quando todas as peças de um puzzle estão guardadas na caixa do brinquedo, em comparação quando todas estão ordenadas formando um todo maior, a imagem do puzzle.
Assim, nesse aspecto, temos os seguintes subaspectos: a) a parte, b) um conjunto de partes, c) o todo, e d) a parte-todo (um elemento percebido em suas duas funções ao mesmo tempo).
A diferença entre um conjunto de partes e um todo, por exemplo, pode ser ilustrada com a diferença entre quatro músicos e uma banda.
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O que você acha que é um todo em si mesmo é, para além disso, parte de um todo maior.
Aprendida a lição saberemos que o que consideramos completo, perfeito, um todo em si mesmo, é apenas parte de algo maior.
Por outro lado, o que consideramos imperfeito, e apenas uma parte incompleta de um todo diferente (o modelo ideal ao qual o imperfeito não atende), é um todo em si mesmo.
As pessoas não discutem se o lápis é, OU o grafite interno, OU o revestimento de madeira externo. Elas aceitam que ambos são partes de um todo maior, o lápis.
Contudo, quando não concordamos sobre o que é parte e o que é todo (o que quer dizer que na verdade estamos tratando de duas partes, e está faltando o todo maior), e discutimos, por exemplo, se nossa sociedade deveria ter liberdade (que é o que o liberalismo propõe) ou igualdade (que é o que o socialismo propõe), achamos e tratamos cada um desses como um todo, completo em si mesmo, e não reconhecemos que ambos são partes de um todo maior, no caso, uma sociedade desejada como livre e igualitária.
Se duas verdades ou realidades se contrapõem, elas são realidades de um mesmo tamanho, partes de um todo maior. Esse todo se revela como uma nova verdade, compreensiva das verdades anteriores, que dá a cada uma delas o seu lugar. E essa nova verdade tambem encontrará os seus limites ao se contrapor a outra verdade, e essa situação virá a revelar a faceta de parte do que antes era um todo. E assim sucessivamente.
Mas quando tratamos cada parte como um todo, apenas como todo e não também como parte de um todo maior, sofremos e fazemos sofrer.
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O maior todo não é o tudo, e a menor parte não é o nada.
Sinteticamente podemos dizer que, o Tudo é um todo que não é parte de nada (seria o último todo) e o Nada é uma parte que não é um todo em si (seria a última parte). O uso desses conceitos é uma forma de tentar encerrar a sucessão infinita de partes e todos que constitui a dinâmica da realidade como ela é.
Mas mesmo assim, se fossemos usar a ideia de "tudo" a usaríamos então para o que é o nosso tudo, que é a realidade como ela é. O nada por sua vez seria a negação da realidade como ela é, mas da forma como concebemos a essa, sua negação (que também existe) apresenta-se como parte da própria realidade. Ou seja, a negação absoluta, o Nada, ao ser afirmada, passa a existir (ao menos como afirmação).
Para nós, tanto o Tudo quanto o Nada são abstrações que são absorvidas pelo fundamento da existência: seja tudo, ou seja nada, não importa, o que importa é que existem e pertencem.
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Para ver mais sobre esse enfoque, vá para o página dele diretamente.
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"Nas profundezas do inconsciente humano há uma necessidade
generalizada de um universo lógico que faça sentido."
- “The Sayings of Muad’Dib” by the Princess Irulan
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A ordem não recai apenas sobre as partes em si, mas também sobre o todo ordenado que elas formam.
Essas duas opções parecem corresponder, nos quebra-cabeças, a dois tipos diferentes de relações simultâneas:
1) O encaixe das partes com as partes - os recortes em cada peça do puzzle que só se encaixam com certos recortes de outras peças,
2) O encaixe das partes com o todo, a imagem geral formada, que depende de cada peça ocupar o lugar adequado dentro da imagem inteira que é dada pelo todo ordenado. Esse todo pode ser um espaço concreto, subjetivo ou abstrato, e não não precisa ser apenas concreto.
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Para ver mais sobre essa dualidade de aspectos, vá para a página dele diretamente.
crédito da imagem de : Kristina Paukshtite: https://www.pexels.com/pt-br/foto/duas-pessoas-segurando-sorvetes-1280380/
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