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Os aspectos são o primeiro domínio da realidade.
O domínio da realidade que é composto de aspectos.
A realidade como ela é é composta de quatro domínios, sendo que o mais estruturado e teórico deles é o domínio dos aspectos. Os aspectos são recortes da realidade razoavelmente bem definidos e puros. O puríssimo oxigênio produzido em laboratório é um aspecto concreto, e o conceito de ação humana é um aspecto abstrato, e o sono que senti ontem dia 09/12/22 às 20h é um aspecto pessoal que agora faz parte de minha memória.
Os aspectos podem ser conceitos, aspectos abstratos, ou análises, que separam, abstratamente, um aspecto da realidade para tratá-lo, abstratamente, fora de seu contexto. Essa realidade, concreta, pessoal ou abstrata, não é verdadeiramente cindida, ela é apenas racionalmente separada, mas continua, na realidade, amalgamada, num emaranhado contextual e dinâmico indissociável.
Mas então para que servem os aspectos?
Dentre outras razões eles servem para ajudar as pessoas a entender e organizar as abstrações que representam aspectos da caótica realidade em que vivemos, ao final, contribuindo para a própria (re)organização e (re)invenção dessa realidade que, olhada de perto, é sempre incoerente e incognoscível. Para isso precisamos de um sistema estruturado de nomeação dos aspectos mais relevantes da realidade.
Além disso, nós, pessoas, precisamos de um sistema no qual os aspectos da realidade não são apenas uma coisa caótica que quando menos esperamos aparecem (ou somem) na nossa frente, sem sabermos rastrear nem de onde vieram, nem no que se transformaram.
Nós precisamos entender como os aspectos se relacionam uns aos outros e como podemos transigir das posições enrijecidas que adotamos a partir deles e como podemos transitar entre os diferentes aspectos na criação de representações e composições que nos permitam uma melhor compreensão do mundo. Sem um sistema adequado dos aspectos da realidade o que temos são apenas impressões abstratas com as quais atuamos numa espécie de jogo de adivinhação e atribuição automática e arbitrária de sentido às coisas que nos cercam e ao que acontece conosco.
E se falta algo em nossa vida (e normalmente falta), talvez, ênfase no talvez, é porque necessitamos ter mais acurácia, precisão, nas abstrações que temos, empregamos, e nas quais se baseia a nossa compreensão e a nossa atuação no mundo.
Os aspectos não são estáticos e estão em constante evolução. Assim, parafraseando Ortega y Gasset - "Eu sou eu e minhas circunstâncias" - os aspectos são constituídos tanto pelo seu conteúdo próprio quanto pelo seu contexto e pelo conteúdo comum que cria ao se relacionar com os demais aspectos.
E no meio dessas transformações é comum perder-se no caminho, esquecer onde se começou, ignorar onde se está, ou desconhecer aonde se dirige a experiência vivida. E para isso aspectos bem estruturados e relacionados, como os que abaixo se elencam, são uma contribuição para o pensar melhor e viver bem.
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Estrutura de um Aspecto.
Os aspectos são os componentes básicos da realidade.
Podem ser considerados como peças de um brinquedo Lego, atributos de um todo maior, componentes de um mecanismo, ou, numa perspectiva humana, como itens numa caixa de ferramentas específicas para compreender e intervir na realidade.
Componentes/facetas que podem ser observados num aspecto:
a) O aspecto em si, e seu conteúdo próprio e único,
b) Estrutura, forma, estado, modo, aparência etc,
c) O aspecto em relação com outros aspectos,
d) O conceito abstrato do aspecto,
e) A experiência pessoal que cada um tem (ou não) do aspecto,
f) A concretude do aspecto, nos fatos, ocorrências e fenômenos pelos quais ele se manifesta,
g) A dimensão temporal do aspecto (seu passado, presente e futuro),
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Componentes de um aspecto - I.
O conteúdo do aspecto é aquilo que lhe é próprio - inclusive o seu nome próprio -, sua definição, mesmo que seja uma ordem singular de arranjo de elementos externos ou compartilhados, ou outras características singulares.
A estrutura do aspecto é o estado atual do aspecto dentre os seus estados possíveis.
As quatro dimensões que qualquer aspecto tem na realidade são seu aspecto abstrato (a ideia sobre ele), seu aspecto concreto (sua materialização no mundo físico), seu aspecto pessoal (a experiência subjetiva dos seres humanos) e o aspecto temporal (passado, presente, futuro).
As relações de um aspecto com outros aspectos da realidade estabelecem a dimensão aberta do aspecto, onde ele o é em sua relação com o mundo (relativo), e não como algo em si (absoluto).
A primeira relação do aspecto é com a o fundamento da existência. Se algo está sendo discutido; já existe. No mínimo como uma ideia, um conceito, em análise.
O aspecto não se reduz ao seu conteúdo, estrutura, existência ou às relações que estabelece, tal como uma cadeira não é a substância de que é feita (madeira p ex), não é o design específico de uma certa cadeira, não é apenas a sua existência "sem rosto" e "sem forma", ou mesmo a sua ideia de cadeira (na qual não podemos sentar) inserida nas relações abstratas de gênero e espécies, mas sim decorre de todos esses elementos em conjunto.
E que a existência não depende da substância depreende-se do fato de que cada um de nós troca todas as células do corpo de tempos em tempos e continua a ser um eu próprio. E que a estrutura do aspecto não o define completamente em si depreende-se que somos hoje irreconhecíveis de como éramos na concepção ou no útero, e muito diferentes do que éramos quando crianças.
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- Número (posição que ocupa na ordem numérica de aspectos), nome e sigla que identificam o aspecto,
- Explicação do que o aspecto não é (uma desambiguação em relação a homônimos com significados de uso mais comum). Mais a indicação de termos análogos com significado semelhante ao aspecto,
- Explicação do que o aspecto é,
- O aspecto em relação com os Fundamentos, Domínios, Ingredientes, Enfoques e Posturas,
- Abordagens análogas ao aspecto: p. ex., o aspecto 'velocidade de variação' tem aproximações com o que propõe o livro 'rápido e devagar' de Daniel Kahneman. Além de referências de outras fontes relevantes para estudo do aspecto,
- Exercícios nos quais se pratica o aspecto para expandi-lo da dimensão da abstração para a dimensão subjetiva, transformando-o numa competência para a vida,
- Relação com outros aspectos, sejam com os "aspectos pais" (dos quais se originaram ou aos quais se vinculam de alguma forma), ou com os "aspectos filhos", ou ainda outros tipos de relação.
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O aspecto é simplesmente uma parte de um todo maior ao qual integra.
Por outro lado, como veremos no aspecto das partes-todo, o aspecto além de ser parte de algo maior, também é um todo em si mesmo, uma faceta da realidade. Quando é visto como parte de algo maior, chamamos de aspecto, e quando o mesmo aspecto é visto como um todo em si mesmo, chamamos de dimensão, ou então, simplesmente, pelo seu próprio nome.
O aspecto é recursivo como parte, pois um aspecto é constituído de aspectos, sendo que cada um desses é constituído de aspectos, sendo que cada um desses é constituído de aspectos, sendo que cada um desses é constituído de aspectos, e assim sucessivamente. E o aspecto é recursivo com todo, pois um aspecto junto com outros aspectos forma um todo, que é um aspecto que junto com outros forma um todo maior, que é um aspecto que junto com outros forma um todo maior, que é um aspecto que junto com outros forma um todo maior, e assim sucessivamente.
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Assim como o átomo pode ser entendido como uma unidade básica da realidade física, o aspecto pode ser entendido como um átomo da realidade como ela é.
Essa metáfora nos leva a perceber que ...
O 'conteúdo próprio' de cada aspecto (p. ex. o especial arranjo de certos elementos que faz uma cadeira ser uma cadeira e não um banco por exemplo) equivale aos prótons de cada átomo,
O 'conteúdo comum' de cada aspecto (p. ex. ser objeto para que as pessoas se sentem) equivale aos nêutrons de cada átomo,
As 'relações' que cada aspecto estabelece com outros aspectos (p. ex. uma cadeira amarela relaciona-se com a cor amarela, a qual por sua vez relaciona-se com todos os objetos amarelos) equivalem aos elétrons de cada átomo.
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Toda realidade, por menor que seja, tem aspectos. Mas a soma de aspectos não cria uma realidade.
Uma realidade é um todo em si e é formada por realidades menores - suas partes - sucessiva e infinitamente (na realidade física já se pensou que o átomo era o fim dessa sucessão, mas isso já foi superado).
Na direção contrária, parte-se de realidades menores que vão se compondo para formar realidades maiores, sucessiva e infinitamente (já se pensou que o universo e Deus seriam o fim dessa sucessão, mas os multiversos e os panteões de deuses afirmam o contrário).
A realidade é formada de realidades menores, e realidades menores formam uma realidade maior. Mas a qualidade da realidade, seja ela maior ou menor, é a de todos os aspectos juntos e misturados. Já o aspecto é um recorte, uma lâmina da realidade (maior ou menor), e assim como a soma de partes dissecadas de uma borboleta não criam uma borboleta, a soma de aspectos não cria uma realidade, por menor que seja, porque são de qualidades diferentes.
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Aspectos são ingredientes da sua receita, não caixas onde você encaixa a realidade à força.
O aspecto é, abstratamente, um conceito entrelaçado, como um fio que se forma de outros fios, que se formam de fibras etc. (veja no livro A jornada no emaranhado do bem comum), ou então como uma caixa conceitual que forma um conceito-todo feito por certo arranjo (ordem) de conceitos-parte, mas que, como um todo, cria uma identidade e existência que transcende as partes que o compõe.
Os conceitos podem ser vistos de duas formas diferentes: a) como caixas onde tentamos encaixar a realidade para classificá-la, b) como ingredientes que adicionamos, cada qual em sua medida adequada, para definirmos e representarmos a realidade. A segunda forma é a mais produtiva e é a forma na qual usamos os aspectos.
Dentre os aspectos da realidade como ela é, são primordiais os seguintes:
- 5 Fundamentos que regem a realidade,
- 6 Domínios que organizam a realidade,
- 3 Ingredientes que formam a realidade,
- 7 Enfoques que desdobram a realidade,
- 4 Posturas que decidem a realidade.
Lista (não exaustiva) de aspectos (e suas siglas e ordem numérica) componentes da realidade como ela é, organizados em seis capítulos:
1 GERA A Razão Generosa
2 FUND Fundamentos
3 DOMI Domínios
4 INGE Ingredientes
5 ENFO Enfoques
6 POTU Posturas
7 CARB Carta Branca
8 ATIV Atividades
9 EXIT Existência
10 VARI Variação
11 PERT Pertencimento
12 FORC Forças e Contraforças
13 AUTO Autonomia
14 ASPE Aspectos
15 ESCA Escala
16 CAMI Caminho
17 INVE Invenção
18 ABME É Sobre Mim
19 ABUS É Sobre Nós
20 RCON Realidade Concreta
21 RABS Realidade Abstrata
22 RPES Realidade Pessoal
23 ABRE Absoluto e Relativo
24 RERE Referido e Referência
25 INEX Inclusão e Exclusão
26 TAIN Tangível e Intangível
27 SEES O Ser e seus Estados
28 PATO Partes e Todo
29 ORDS Ordem e Desordem
30 APIS Apenas Isso
31 ISOQ Isso ou Aquilo
32 ISEQ Isso e Aquilo
33 UMPO Um por todos, todos por um, cada um em sua medida
34 COMP Competências da razão generosa
35 ESCO Escola da Realidade
36 COTA Coaprendizagem Transdisciplinar Aplicada
37 MADI Material Didático
38 PERG Pergunta
39 AMOR Generosos no Amor
40 EMAR Emaranhado do Bem Comum
41 OBVA Observação
42 ZOOM Aproximar-se e Afastar-se
43 COBS Condições de Observação
44 PERS Perspectivas
45 PRIN Princípio
46 TLHO Trilho
47 TLHA Trilha
48 MAPA Conhecimento do Ambiente
49 RECU Recursos
50 DEST Destino
51 PROV Processo Orientado a Valor
52 RTEM Realidade Temporal
53 NECE Necessidades
54 MALO Necessidades de Maslow
55 NESO Necessidades Sociais
56 RPAS Realidade Passada
57 RPRE Realidade Presente
58 PFUT Realidade Futura
59 RITA Realidade Intrapessoal
60 RITE Realidade Interpessoal
61 EATU Estado Atual
62 EPOS Estados Possíveis
63 EPRO Estados Prováveis / Improváveis
64 EITA Estado Intangível
65 PEIM Permanência - Impermanência
66 PROB Problema
67 ACAO Ação
68 IMPA Impactos
69 AGEN Agentes
70 REPE Representação
71 FOTO Representação Estática
72 FILM Representação Dinâmica
73 POBS Ponto de Observação
74 ESPA Espaço
75 TOBS Tempo de Observação
76 OBOR Observador
77 CDIS Conhecimento Disciplinado
78 CIND Conhecimento Indisciplinado
79 PVIR Ponto de Virada
80 VVAR Velocidade de Variação
81 QUAN Quantidade
82 PCEP Percepção
83 SENT Sentimentos
84 SENS Sensações
85 CONF Confiança
86 COPO Comportamento
87 VONT Vontade
88 DEVE Dever
89 PRAZ Prazer
90 PROP Propósito
91 ORGA Organização
92 SORG Segmento Organizacional
93 FORG Função Organizacional
94 SOCI Sociedade
95 SET1 1o Setor - Público
96 SET2 2o Setor - Mercado
97 SET3 3o Setor - Sem fins lucrativos
98 SET4 4o Setor - Sociedade Civil Não Organizada
99 INTE Interpretação Inclusiva-Exclusiva
100 POSI Posição
101 DIRE Direção
102 PDET Problema Determinado
103 SPRO Espécies de Problemas
104 RISC Riscos
105 VINI Valor Inicial
106 VFIN Valor Final
107 TRAN Transição
108 INFA Infraestrutura
109 REFA Referência
110 REDO Referido
111 PTEC Paradigma da Técnica
112 PCIE Paradigma da Ciência
113 PMOR Paradigma da Moral
114 PREL Paradigma da Religião
115 PPOL Paradigma da Política
116 PECO Paradigma da Economia
117 PGER Paradigma da Guerra
118 PFIL Paradigma da Filosofia
119 PARS Paradigma da Arte
120 NEDI Necessidades e Diferenças
121 NEUB Necessidades Urbanas
122 NEDU Necessidades de Educação
123 NECO Necessidades Econômicas
124 NEAM Necessidades Ambientais
125 NESS Necessidades dos Setores Sociais - SET1, SET2, SET3 e SET4
126 NESA Necessidades de Saúde
127 NESE Necessidades de Segurança
128 SANT A santa mãe sai à rua
129 VUNE A vulnerabilidade da máquina de guerra
130 GOST Proibido é mais gostoso
131 GAGA O galo e a galinha
132 BOOU Bocas e ouvidos
133 FAMO Família mosaico
134 ECIE Eficiência
135 ECIA Eficácia
136 EFET Efetividade
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Crédito da imagem do átomo: Imagem de <a href="https://pixabay.com/pt/users/clker-free-vector-images-3736/?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=29539">Clker-Free-Vector-Images</a> por <a href="https://pixabay.com/pt//?utm_source=link-attribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=29539">Pixabay</a>
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