Coaprendizagem

A coaprendizagem é um método, um caminho pedagógico. Mas não o caminho tradicional de aprendizagem, onde apenas um ensina, e muitos aprendem, um conhecimento disciplinar, onde não há espaço para a experiência do aluno e para sua vida prática além do conhecimento ensinado.

Por isso a coaprendizagem tem como base o caráter transdisciplinar, ou seja, mais do que trabalhar com várias disciplinas, ela centra-se em problemas da realidade e temas e interesses do estudante, sendo assim, transdisciplinar e aceitando todos os conhecimentos que possam contribuir com seus objetivos (inclusive os não disciplinares). Essa coaprendizagem também é, portanto, aplicada a pessoas e situações da vida real, e não apenas teorizada.

A coaprendizagem é principalmente a aprendizagem compartilhada, comungada, que ocorre diretamente sobre o que sou e sei, o que és e sabes, e o que somos e passamos a saber. 

É, naturalmente, uma metodologia ativa, onde todos ensinam e aprendem (cada um num momento, numa perspectiva, num assunto, num aspecto etc.) e se há hierarquia, ela é relativa ao assunto, experiência ou perspectiva na qual aquela pessoa tem mais conhecimento ou legitimidade que as outras, mas não há isso como pressuposto geral do processo de aprendizagem.

Abaixo, seguem algumas variáveis que informam a coaprendizagem da razão generosa. Elas estão numa tabela, com uma certa ordenação de pontos. Às vezes as aulas serão mais simples e alcançaram objetivos mais básicos, mas no geral, quanto mais variáveis atendidas em nível mais alto, maior a pontuação e mais rico o processo de coaprendizagem da razão generosa.


Variável

0 pontos

1 ponto

2 pontos

3 pontos

4 pontos

Quanto ao ambiente e instrumentos de aprendizagem


Ambiente digital (ex. Vídeo, site, app, slides, podcast)

Presencial (ex. baralhos didáticos, livros etc.) 

Híbrido (ou figital): presencial e digital


Quanto ao número e dinâmica dos participantes

Grupo grande com um único líder  (ex. aula tradicional)

Individual (ex. Autoterapia, estudo individual)

Dupla, com ou sem assimetria (ex. psicoterapia, conversa a 2, entrevista etc.)

Grupo(s) pequeno-médio (ex. Jogo, terapia em grupo, estudo de caso…) semmoderador

Grupo(s) pequeno-médio (ex. Jogo, terapia em grupo, estudo de caso…) com moderador

Quanto à aprendizagem como objetivo

Proibida (ex. Interação com “inimigo")

Ação com foco total no resultado desejado

Aula tradicional

Reflexão, reconhecimento da realidade

Todos na condição de mestres (de si próprios) e aprendizes 

Quanto à Coaprendizagem

Aprender “ao lado” de alguém

Aprender sobre o outro ou sobre mim (indireto)

Aprender “junto” (com alguma interação e troca

Aprender por meio do outro (demanda reflexão própria)

Aprender “do outro”, “de mim”, ou “de nós” (direto)

Quanto à liberdade de criação e ludicidade

Proibida

Indesejada

Indiferente ou neutra

Desejada, proposta

Abundante

Quanto ao conteúdo pessoal na coaprendizagem

Proibido

Indesejado

Indiferente ou neutro

Desejado, proposto

Abundante

Quanto à flexibilidade


Fortemente estruturado (ex. Narrativa, fórmula, programa, sistema)

Medianamente estruturado

Fracamente estruturado (ex. experimental)

Livre (sem limites prévios, só os reais. Ex. Carta Branca e Invenção

Quanto aos papéis de Aprendiz e Mestre

Nenhum dos 2 papéis presentes

Uma pessoa-um papel (aula tradicional)

Papel ocasional / um papel “por vez” (ex. Seminário de alunos)

Múltiplos papéis com alternância programada

Vários papéis misturados e compartilhados








A coaprendizagem é componente integrante da Escola da Realidade.


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