Autonomia


Só sacia sua sede quem bebe pela própria mão

- provérbio árabe.

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O impacto da autonomia individual no mundo.

Um dos filmes que melhor retrata a autonomia, no caso, pela importância de uma decisão de um único indivíduo no destino de toda a humanidade, é o filme' X-men, dias de um futuro esquecido'. No filme, a heroína, ou vilã (não se sabe até o final), decide matar um inimigo dos mutantes (que estão sendo hostilizados pelos humanos normais. 

Seus colegas do futuro lidam com a consequência de seu sucesso, a aniquilação dos mutantes e a escravização dos humanos a partir da reação pela morte do vilão óbvio. Com uma viagem ao passado eles tentam impedir, reverter ou convencer a heroína/vilã de cometer o assassinato que mudará tudo, para todos. No final (descobri que não tem spoiler alert para filmes antigos), ela desiste de matá-lo e o futuro segue uma trajetória melhor. 

Não lembro neste momento de um filme melhor para retratar a importância da parte, da autonomia da ação e da decisão de um, em relação a seu contexto, aos demais, e ao todo ao qual ela integra.



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    “A liberdade não consiste só em seguir a sua própria vontade, mas às vezes também em fugir dela.” 

                                                                        Kobo Abe 



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Distinção.

Começando a definir a autonomia por um aspecto elementar temos a autonomia da distinção, da diferença, do discernimento entre algo e o resto:


Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.


Mas a mesma ideia pode ser expressa de uma forma mais defensiva, negativa e restrito da autonomia dos outros:

Cada macaco no seu galho.

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Ficha do aspecto:


Nome: Autonomia

Número: 16

Sigla: auto

Explicação do que não é: a autonomia não é absoluta, total, mas relativa a certos aspectos da realidade.

Termos semelhantes: liberdade, autodeterminação, 

Explicação do que é: é o que distingue e liberta (parcialmente) um aspecto do seu entorno. 

A autonomia inclui diversos outros aspectos, como a diferença por exemplo. A diferença está contida na autonomia pois ela centra-se em cada coisa em si, já a variedade é subaspecto do fundamento da variação, já que esta centra-se entre os aspectos e nas diferenças que eles têm em comum.

Abordagens análogas e referências: a terapia busca construir a autonomia de significados e comportamento mais saudável a cada sujeito singular e é um exemplo de foco na autonomia.

Aspectos relacionados: abme é o domínio centrado em cada indivíduo singular e concreto que existe no mundo, e portanto um espaço para o desenvolvimento da autonomia (e sua integração com os outros fundamentos).

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“Vença a si mesmo e terá vencido o seu próprio adversário”.


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É muito comum que se fale em igualdade como um fundamento da convivência em sociedade. 

Mas ela pode ser vista como decorrente do respeito da autonomia do outro. O respeito à autonomia de cada um é, ao final, o respeito da igualdade de todos, e mais, da igualdade substancial, que leva em consideração as diferenças de cada um.


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Autonomia é a descoberta do próprio talento 

- Fuad Gattaz Sobrinho


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Autonomia e diferença.

"Assim, o que o outro representa originalmente frente a mim é um problema não apenas teórico, mas um acontecimento concreto,que desestabiliza as certezas da minha inteligência. Eu não posso, de forma nenhuma, determinar aquilo que o Outro é enquanto tal, dizer o que ele é realmente : posso apenas dizer o que eu consigo captar dele, dele perceber e classificar. A rigor, a única coisa que posso ousar dizer a respeito desse Outro é determinado justamente por ele: que ele é de outro modo – outramente – que eu, ou seja, que entre nós uma verdadeira e irredutível diferença tem lugar". SOUZA, Ricardo Timm. Em torno à diferença. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2008. p. 140.

E a diferença pode ser ainda pior, não apenas entre eu e o outro, mas interna a mim mesmo:


"Entre o que eu penso, o que quero dizer, o que digo

e o que você ouve, o que você quer ouvir e o que

você acha que entendeu, há um abismo"

- Alejandro Jodorowsky

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Liberdade negativa versus liberdade positiva.

A autonomia, ou liberdade, ganha muito com a distinção entre liberdade negativa e liberdade positiva.

A liberdade negativa é a primeira em que pensamos. É a nossa capacidade de não sermos submetidos, coagidos, obrigados a fazer o que não queremos fazer, ou a deixar de fazer o que queremos fazer. É a liberdade de não ser posto em cativeiro, de não ser censurado, proibido de ir e vir na cidade, e assim por diante.

Já a liberdade positiva é mais complexa. É a capacidade ativa de agir no mundo, de nos expressarmos, criarmos, construirmos. A censura viola a nossa liberdade negativa, mas a incapacidade de escrever viola a nossa liberdade positiva. Não ter saúde para se locomover, acreditar que não pode fazer coisas que pode fazer, não conhecer-se bem e buscar na vida resultados que, no fundo, não te realizam, e toda uma infinidade de autorrealização interrompida ou atrofiada do nosso potencial pessoal é uma restrição da liberdade positiva.

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Liberdade absoluta versus liberdade relativa.

"O observador ingênuo poderia supor que há, nesse mundo, completa liberdade. Ausência de leis seria, para esse observador, sinônimo de liberdade. ... O observador ingênuo está enganado. A ausência de leis exclui a liberdade. Um conjunto desordenado não permite escolha. Um mundo caótico não tem Gestalt,não tem estrutura. Não tendo estrutura, não tem direções e não tendo direções, não tem sentido. E onde não há sentido, não há motivo. Motivo é sinônimo de vontade. Onde não há vontade, não se pode falar de liberdade." (FLUSSER: 2008, p. 109).

Outro problema é que se acreditamos em liberdade absoluta - e não na liberdade em relação à alguma coisa - também acreditamos em ausência absoluta de liberdade do indivíduo, o que é perigosíssimo.

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A autonomia minha, a autonomia sua.

Ao pensarmos na autonomia é comum que pensemos na nossa primeiro. A liberdade de cada um de nós, aquilo que nos é próprio.

Mas se pensarmos no mundo, nos outros, em cada um dos outros fazendo o que quer, o que nos toma é o conceito da liberdade negativa, nossa capacidade de não sermos atingidos pela autonomia dos outros.

Mas autonomia é autonomia, minha, sua, do vizinho, do santo, do ditador, do indiferente. E apenas recorrendo a autonomia não podemos dizer qual delas é a mais legítima. 

Essa conversa aliás me lembra uma conversa que tive com meu irmão mais novo (à época com 16 anos), discutindo sobre algo relativo à organização de nossa casa, na qual eu argumentava que era justo o que eu estava dizendo que deveria ser feito. Ele me brindou, sabiamente, com essa frase:


Democracia é quando eu mando, ditadura é quando você manda. 


Ou seja, para não sermos incoerentes, temos que admitir que autonomia é autonomia, o que inclui a autonomia das outras pessoas de pensarem e agirem diferente do que você quer ou pensou que elas fossem fazer. 

E essa postura serve para todos os aspectos da realidade como ela é. Serve para a autonomia da natureza - e de seus eventos naturais perante as nossas expectativas de um ambiente agradável e sem surpresas (o paraíso, sempre buscado, aqui na terra ou além dela).

O princípio da autonomia revela a liberdade e a potência de cada ente ser o que é, e se expande para o que ele pode, quer ou escolhe ser. A vontade de poder está contida na autonomia.

A vontade de viver a nossa autonomia casada com a dificuldade de aceitar a autonomia dos outros é um grande desafio para a vida, porque quer dar-se dois pesos e duas medidas à mesma coisa. Está atitude está em posturas como  "Não aceito que você pense isso de mim" "Eu escrevi um livro, mas as pessoas que lêem entendem diferente do que eu quis dizer", "Eu queria que meu filho fizesse direito, mas ele quer fazer arquitetura", e assim por diante.

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Autonomia das partes versus autonomia do todo.

Outro faceta é a autonomia das partes em relação ao todo que compõem - não é porque cumprem uma determinada função num todo maior que não tenham sua autonomia e uma existência distinta dos demais; e a autonomia do todo em relação às partes, pois o todo não é apenas maior, mas também distinto das soma das partes (salvo, talvez, na abstração da matemática), como sensivelmente explicado por Danilo Filgueiras:

Dois monólogos juntos não formam um diálogo.


Ou dito de outra forma: "dois eus não fazem um nós".**

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Autonomia e exclusão.

A exclusão, que é um aspecto que se relaciona profundamente com a autonomia, pois às vezes a origina, abarca subaspectos como a distinção, o afastamento, o desmembramento, a análise, a separação, a aniquilação, e assim por diante.

Com a distinção se amplia a autonomia de uma parte em relação ao todo no qual antes ela aparecia como indiferenciada, o que não quer dizer que formas mais intensas de exclusão não possam diminuir a autonomia da parte em vez de aumentá-la. A exclusão é um movimento, uma percepção, uma operação, que realizamos a todo momento, inclusive quando expiramos o ar de nossos pulmões.

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A autonomia no art. 5o da Constituição Federal.

A autonomia, que garante a liberdade relativa de um aspecto em relação a outros, de uma parte em relação ao todo que integra, é a mesma que garante a nossa autonomia como pessoas e cidadãos em um país.

Para demonstrar o quanto essa autonomia é fundamental no mundo real das leis de nosso País, vamos ao que é considerado o artigo legal mais importante de toda a nossa legislação, o art. 5o da Constituição Federal do Brasil.

Devem estar lá mais de 60 tipos de autonomias, mais negativas que positivas, que estão elevadas ao que há de mais importante na lei mais importante de nosso País, caso alguém ainda esteja na dúvida se a autonomia que é fundamento da realidade é mesmo tão relevante assim na prática.

Como exemplo temos a liberdade de crença, a liberdade assegurada pelo estado de que, cada um de nós, individualmente, tenha a própria crença, católica, umbandista, evangélica, ateia, espírita, islâmica, agnóstica e assim por diante, sem que outros possam nos restringir nessa liberdade (e, óbvio, sem nós possamos restringir a liberdade dos outros neste tema).

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“Ninguém pode salvar ninguém. temos de nos salvar a nós próprios”.


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Da autonomia do bebê a do adulto.

Um bom exemplo de desenvolvimento da autonomia é olhar para um bebê que vai crescendo. Ele começa sem nem mesmo a autonomia de se alimentar e respirar por conta própria, ainda na barriga da mãe. Depois já consegue abrir os olhos e mexer braços e pernas, mas esses mesmos são autônomos em relação a ele e não consegue coordená-los. 

Depois vai aprendendo a sentar, falar, andar, ler as horas no relógio, arrumar a cama, uma jornada infinita de aprendizado e expansão da autonomia, primeiro negativa na adolescência (me deixe em paz!) depois positiva na maturidade da vida adulta (pai/mãe, entendo que essa é sua opinião, mas vou fazer do meu jeito).

E falando na autonomia para adultos, chegamos no tema da escola da realidade e nossos conteúdos e formação para pensar melhor e viver bem. 

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Não quero faca nem queijo; quero é fome.” 

- Adélia Prado.


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Para que serve esse site mesmo?

A escola da realidade busca ajudar no desenvolvimento de habilidades que dão mais autonomia para o indivíduo que passam a reconhecer melhor a realidade como ela é, aceitar suas mudanças, observar melhor as diferenças de cada um e perceber a autonomia dos outros, ouvir quem pensa diferente de forma construtiva, ponderar qual o peso dar para cada aspecto em cada situação, refletir sobre si próprio e seu lugar no mundo, comunicar sentimentos positivos e negativos de forma construtiva, e assim por diante 

Esse é o objetivo da escola da realidade.

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Autonomia: é cuidar que se ganha em se perder (desde que ganhe mais do que perde).

Uma das contradições da autonomia é que, para aprendermos habilidades de liberdade positiva, que nos dão a possibilidade de fazer muitas coisas em sociedade, passamos por experiências e instituições da cultura que restringem nossa liberdade:


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Autonomia e desigualdade de gênero.

A autonomia (ou ausência dela) pode ser vista também na relação de igualdade. Se duas pessoas nas mesmas circunstâncias tem liberdade diferente para fazer o que querem ou deixar de fazer o que não querem, temos um problema de igualdade e de autonomia do que a tem menos. Estamos falando aqui de generalizações, do que é mais em comum no geral, e não dos contextos onde essas diferenças não existem.

Infelizmente a sociedade humana evolui ao longo de sua história com muitas assimetrias que, ao final, além de injustas para os vulneráveis, são ruins para a própria sociedade. Nossa cultura atribui certos comportamentos como aceitáveis e desejáveis conforme o sexo biológico da pessoa - se é homem ou mulher - e não conforme outros critérios que podem ser mais adequados, especialmente a autonomia de cada um buscar o que o realiza.

Assim, falando do que ocorre em muitas situações, das mulheres se espera que sejam passivas e dos homens ativos, ainda que a natureza e personalidade de casa pessoa seja mais ativa ou passiva  independentemente do seu sexo biológico. Espera-se que um homem ganhe mais dinheiro ainda que a mulher seja a mais competente e produtiva. Espera-se que o homem seja rígido e impassível numa crise, quando às vezes é a mulher que tem esses traços de personalidade e o homem tem a sensibilidade e sentimentalidade mais desenvolvidos. Espera-se que o homem tenha mais desejo e conquistas sexuais quando às vezes é a mulher que tem essa energia mais desenvolvida. E assim por diante em inúmeros assuntos.

O que se pode ver nessas situações de desigualdade são dois tipos de violação da autonomia e de restrição indevida e improdutiva: a) a limitação da liberdade positiva da pessoa que tem a capacidade/vontade de exercer algo em sua vida que a cultura não lhe permite/incentiva em vista do seu sexo biológico e, b) a limitação da liberdade negativa de quem não quer exercer um papel ao qual é socialmente demandado/obrigado por causa do seu sexo biológico.

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Autonomia dos meus sentimentos em relação a mim.

O filme Divertidamente foi aclamado pela forma inteligente que adotou para nos fazer ver como funcionam as principais emoções dentro de nós, como elas têm autonomia em relação ao que somos, autonomia entre si, autonomia em relação ao que "deveríamos fazer" e assim por diante, trazendo a  questão do quanto de fato eu dirijo a minha vida e o quanto ela é dirigida por outros fatores:




Fatores/aspectos relevantes, independentes, mal resolvidos e renegados de nossa consciência e sensação vão formar o que Jung chamou de 'complexo autônomo', o qual pode arrastar-nos numa direção que não queremos, ou nos impedir de ir para onde almejamos. Por isso é tão importante a integração das autonomias que o fundamento do pertencimento proporciona.

Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige”.

- Clarice Linspector

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Autonomia e as forças e contraforças.

A autonomia, assim como os demais fundamentos, se tomada em isolado e de forma desequilibrada, se torna um problema em vez de ser parte da solução.


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Autonomia e o domínio do jogo da realidade.


Quando reconhecemos que cada aspecto da realidade, por mais singelo e pequeno que seja, tem uma existência que não pode ser negada, um grau de autonomia por menor que seja, e que varia continuamente, percebemos que a autonomia das coisas leva à imprevisibilidade do mundo, e essa imprevisibilidade é uma marca do domínio do jogo, da prática, da ambivalência e contradições que continuem a realidade como ela é.


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Autonomia e o domínio do 'é sobre mim'.

No quarto domínio de nossa teoria da realidade, no qual temos aberto o espaço para cada indivíduo refletir sobre si próprio e sua conexão com a realidade, o pressuposto da autonomia de cada pessoa concreta, e da autonomia do restante da realidade, é fundamental começo a partir do qual poderemos trabalhar com mais autenticidade e respeito a todos para que possamos conjugar a autonomia de cada um com a autonomia de todos.


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Autonomia e as dimensões da realidade.

A realidade tem 4 aspectos constantes. Na realidade temos sempre um aspecto concreto (a física, os objetos materiais, a energia, aquilo que não depende de reconhecimento humano), um abstrato (as ideais, conceitos, abstrações), um pessoal (a experiência pessoal, sentimentos, sensações, crenças etc), e um temporal. Aqui trataremos dos três primeiros, todos eles igualmente importantes por princípio.


Cada um desses aspectos existe, é essencial, e tem autonomia, não absoluta, mas relativa, como todos os demais aspectos. Todavia é comum que cada um de nós tenha mais preferência/familiaridade com um desses aspectos e por vezes renegue a importância, presença e necessidade dos demais.


Assim, a autonomia do aspecto concreto da realidade costuma ser reconhecida por pessoas práticas ("o que importa é o que posso tocar"), a autonomia abstrata é priorizada por pessoas teóricas ("é preciso conhecer bem o mundo antes de sair agindo por aí"), e a autonomia pessoal é vivida conscientemente por pessoas emocionalmente desenvolvidas ("meus sentimentos, crenças etc. determinam a minha vida e, por consequência, a vida das pessoas com as quais me relaciono").


Ao mesmo tempo, é comum que cada uma dessas pessoas, que reconhece e prioriza um dos aspectos da realidade, menospreze e não dê a devida importância aos outros dois. Mas os três são igualmente importantes (em cada contexto concreto isso se altera pela dinâmica de forças), todos são existentes, autônomos, diferentes e influentes. E eles estão amalgamados na realidade como ela é, corporificados na realidade concreta, são apenas sentidos na realidade pessoal, embora possam ser na realidade abstrata separados, analisados e distinguidos.



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Para ter autonomia "basta ter boa vontade". Será mesmo? 
 
"Para resolver os problemas da sociedade basta vontade política". "Se quiser vencer na vida, basta querer" (mitologia do liberalismo). Se algo for desejado intensamente será realizado. E assim por diante.

Não é que a vontade não seja um aspecto muito importante da nossa realidade pessoal, mas ela está longe de ser a única, ou de ser a suficiente em qualquer contexto pessoal (no contexto adequado pode parecer que ela foi o principal, mas isso porque os outros aspectos da vida - interna e externa - estavam adequadamente posicionados).

Quando falo que para alguém fazer algo basta querer, ignorando assim seu contexto e subjetividade, ou se dizemos que se não faz algo é porque não quer, podemos dizer que, no paradigma religioso, estamos confundindo a criatura, o ser humano, limitado, com o criador, Deus, ser onipotente. 

Somente um ser onipotente precisa apenas de sua própria vontade para fazer, ou não fazer, algo, para criar e destruir mundos. 

As pessoas comuns, que não são onipotentes, e são na verdade bastante impotentes em relação ao mundo infinitamente maior no qual habitam, corriqueiramente são levadas a fazer algo que não querem, ou a não fazer algo ainda que querem.

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Autonomia dentro ou autonomia fora? As duas



“O sábio procura o que está nele próprio; o tolo, o que está fora dele”**. 


Nessa visão se dá mais peso a autonomia interna que a autonomia externa.



 Não nos vemos se não saímos de nós.” - Saramago. 


Nesse caso se dá mais peso à autonomia externa e ao pertencimento do que à autonomia interna.


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Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.”


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A autonomia de trilhar o próprio caminho na vida.

E encerramos com uma música de homenagem à autonomia e coragem pessoais que, ao longo da vida, fazem com que ela valha a pena:






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Aqui você encontra a lista de todos os aspectos da teoria e pode usá-la para navegar por eles.


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*Crédito da imagem Olga: 

https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-de-vestido-amarelo-em-pe-no-campo-de-flores-de-petalas-rosa-1146242/

** autoria não identificada.

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