Invenção

 

A invenção é o quarto domínio da realidade. Se você não conhece os domínios ainda, saiba mais aqui.





O que é?

A Invenção é o domínio da ação criadora e destruidora. A dimensão onde a ação humana é mais livre de referências possível. A invenção é pessoal, inovadora (para o mundo, ou pelo menos para a própria pessoa) e diferente. 

A invenção pode ter diversas formas de manifestação. A invenção às vezes é bem definida, como as coisas criadas e patenteadas; os novos produtos. Ou então, mais articuladas, instigantes e até divertidas, como os jogos. E enfim, o mais complexas, livres e profundamente signiticativas, como quando inventamos histórias sobre a Terra, a Civilização, e nós mesmos. 

A invenção de histórias é parte das brincadeiras, essa fronteira final da criação de novos mundos, e ressignificação dos antigos, quanto é tão essencial a nossa humanidade.

O jogo é uma versão intermediária da invenção, nem tão estruturada como as invenções e criações autorais artísticas e industriais que trazemos ao mundo, nem tão livre quanto à brincadeira - que é mais livre em suas regras, objetivos, espaço e contexto de atuação, e assim por diante.


O domínio do invenção refere-se a tudo o que não se pretende perfeito, completo, correto, indubitável. 



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A invenção do mundo em que vivemos: uma mesma ideia contada de formas diferentes.

Platão explicou o que percebemos como realidade por meio da alegoria da caverna, na qual estaríamos presos e vendo as sombras de um mundo real, distante, e de certa forma inatingível.

Buda revela a ilusão de Maya, que envolve a todos numa falsa percepção da realidade como ela é. Nessa ilusão de medos e desejos vivemos desconectados da realidade final, estamos no jogo das ilusões. 

Ou o jogo pode ser simplesmente casual como o rodar de uma roleta, como o caos atomista - filho do cientificismo - advoga: "... all we are is dust in the Wind …".

No filme Matrix, as irmãs Wachowisky tiveram a visão de uma humanidade que vive num mundo simulado nos cérebros de cada pessoa, como um programa de computador que faz essas ilusões parecerem reais, enquanto a pessoa dorme.

Ray Dalio, por exemplo, explica a realidade econômica com a alegoria do funcionamento de uma máquina


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O jogo da realidade é uma alegoria para entendermos a realidade, pois essa não é um jogo comum, desses com começo, meio e fim, no qual definimos regras objetivas que o delimitam. Trata-se do jogo infinito, um super jogo que inclui e integra todos os outros jogos, desde a mais livre brincadeira (o jogo inocente) ao mais elaborado jogo com infindáveis regras contraditórias e especiais, como as do jogo político, jogos de guerra, o jogo da sedução, os jogos da linguagem (Wittgenstein) etc.


Quando falamos de jogo, criamos as regras do jogo, e por meio delas estruturamos a realidade.



O jogo da realidade tem apenas cinco regras, que são os seus Fundamentos:


  • Tudo existe;
  • Tudo muda;
  • Tudo tem autonomia;
  • Tudo está conectado;
  • Tudo são forças e contraforças;

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Não dá para não jogar.


O jogo da realidade é o que jogamos desde que nascemos, ao vivermos neste mundo, do primeiro ao último suspiro, ininterruptamente.


Mesmo assim, podemos treinar para ele, desenvolvendo nossas habilidades para viver melhor. Neste treino, que é o objetivo da Escola da Realidade, recuamos um passo atrás de nossas ideias prontas, hábitos e certezas, para entender melhor o jogo e se preparar ao máximo para jogá-lo, pois trata-se de um jogo dificílimo.


Os aspectos, o terceiro domínio da realidade, são as peças desse jogo.


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Nada neste domínio é a pura verdade,

mas a verdade mais pura

é que não há pura verdade.



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Perder e ganhar no jogo da realidade.

No jogo da realidade, se você joga e perde, sua realidade fica menor, murcha.

Mas se você ganha, sua realidade amplia-se e enche-se de vida. 

E como se faz para ganhar o jogo da realidade? 

É só não perder. 

Você ganha quando se satisfazem as necessidades humanas e tal satisfação leva à autorrealização. E perde quando os problemas impedem essa satisfação.


Você perde quando não reconhece as coisas como são. Quando não reconhece que as coisas existem, você perde. 

Quando você não percebe que a realidade é concreta, ou nega que ela é abstrata, ou nega que ela é subjetiva, você perde. 

Você perde quando acredita que a realidade é só presente, ou nega a realidade futura, ou a realidade passada. 

Você perde quando não reconhece a autonomia ou quando não exerce a autonomia. 

Você perde quando ignora o aspecto da relatividade da realidade, ou aspecto absoluto da realidade. 

Você pede quando não aceita as mudanças do mundo, quando se opõe às mudanças do mundo, quando nega as transformações e não evolui. 

Você perde quando fica apegado à uma posição rígida, quando só sabe dizer que sim ou que não, e só vê  anjos ou demônios, certo ou errado, bom ou mau. 


Você perde quando erra na ponderação que faz da própria análise. Quanto santifica alguns aspectos da realidade e interrompe a medição do estado atual das coisas e as congela como estavam num certo momento.


Você perde quando não percebe que tudo, no mundo, está conectado (de alguma forma, dentre as muitas possíveis). 


Você perde quando nega a inclusão de aspectos novos que surgem em sua vida, e quando não aceita que o mundo como os outros vêem tem tanta legitimidade para existir como sua própria visão. Mesmo nas vezes em que as diferenças entre a visão "correta" e a "errada" são previsíveis, estáveis, mensuráveis e consensuais.


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Aqui você encontra a lista de todos os aspectos da teoria e pode usá-la para navegar por eles.


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Crédito da imagem: Steve Johnson: https://www.pexels.com/pt-br/foto/pintura-abstrata-multicolorida-1266808/

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